A cadeira em manutenção do brinquedo La Tour Eiffel pode ter sido usada por Gabriela Yukari Nichimura, afirmou o delegado de Vinhedo, interior de São Paulo, Álvaro Santucci Noventa Júnior. A suspeita foi levantada pelo advogado da família, Ademar Barros nesta quarta-feira (29). Até então, a Polícia Civil não trabalhava com a possibilidade. Segundo Noventa Júnior, a perícia esteve no parque onde a menina morreu por volta das 15h30 desta quarta-feira (29).
"A constação muda totalmente o rumo da investigação. Fomos induzido ao erro", afirma o delegado.
Questionado pelo G1 sobre a informação de Noventa Junior, o diretor do Instituto de Criminalística (IC), Nelson Patrocínio da Silva, se resume a dizer que não adiantará detalhes do laudo, que deve sair nos próximos dias.
Foto
O advogado da família entregou à polícia uma foto feita pouco antes do acidente, que mostra que Gabriela estava na cadeira da esquerda para quem se posiciona em frente do brinquedo. Na segunda-feira (27), uma equipe de peritos do Instituto de Criminalística (IC) apontou falha humana como provável causa do acidente.
Após ver a foto mostrada pela reportagem, o diretor o Instituto de Criminalística (IC) de Campinas, Nelson Patrocínio da Silva, afirma que não sabe se a família posou daquela maneira apenas para a foto. "É possível se apoiar e depois sair, não sei", disse o diretor do IC.
Segundo o advogado, a menina estaria, de fato, ocupando uma cadeira que não foi periciada por que estaria "desativada para manutenção". Gomes também afirma que dois funcionários do parque teriam mentido sobre o posicionamento da menina no brinquedo na hora da queda.
O equipamento La Tour Eiffel tem capacidade para transportar 20 pessoas, mas pelo menos oito cadeiras estavam desocupadas no momento da queda da menina, segundo informações da polícia.
Depoimentos
Nesta quarta-feira (29), a família de Gabriela Nichimura prestou depoimento em Vinhedo. Silmara e Armando Hoisatochi da Costa Yukari Nichimura, além da tia e de uma prima da menina, estiveram na delegacia. Contudo, o pai não falou com o delegado por conta da carga emocional, disse Gomes. O advogado afirmou ainda que ele falará em outra data, que ainda não está marcada.
Também nesta quarta, dois funcionários do parque estiveram na delegacia. O advogado dos operardores do brinquedo La Tour Eiffel, Bichir Ale Bichir, afirma que eles detectaram um problema na trava 15 minutos antes do equipamento entrar em operação e que avisaram o supervisor sobre o assunto.
Na terça-feira (28), um engenheiro de manutenção do Hopi Hari, que não teve o nome divulgado, foi ouvido pela Polícia Civil de Vinhedo. Segundo o delegado titular de Vinhedo, o engenheiro descartou que houve falha mecânica no brinquedo La Tour Eiffel, onde estava a adolescente.
Durante o depoimento, que durou três horas, detalhou os procedimentos de funcionamento e manutenção do parque. O delegado também informou que cinco funcionários do parque, operadores do brinquedo, estão afastados e recebendo auxílio psicológico, e ainda não há data para prestarem depoimento.
Na tarde de sexta-feira (24), dia do acidente, a Polícia Civil ouviu três pessoas que disseram ter visto a trava do assento do brinquedo onde a garota estava abrir, entre elas a auxiliar de escritório Cátia Damasceno, que contou que o dispositivo de segurança da atração abriu na descida. "No primeiro 'tranco' da descida eu vi a trava do assento dela abrir. Só a trava dela abriu', conta a testemunha. "Depois disso, o corpo dela foi lançado para o chão", completou Cátia. Noventa Junior informou que o prazo de 30 dias para concluir as investigações deve ser estendido.
Torre
A atração na qual a garota estava é definida pelo parque como uma réplica da Torre Eiffel, um elevador de 69,5 metros de altura, com assentos que sobem a 5 metros por segundo. Os visitantes ficam parados por dois segundos na altura de um prédio de 23 andares e, em seguida, um tranco no assento e o visitante despenca em queda livre, chegando a 94 km/h.
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